Faltam pouco menos de duas semanas para o encerramento das inscrições da 3ª edição do Prêmio IPP Maurício de Almeida Abreu, coordenado pelo Instituto Pereira Passos, da Prefeitura do Rio. O concurso, que faz parte das comemorações do Bicentenário da Independência e irá distribuir prêmios que variam de R$6 mil a R$18 mil, receberá candidaturas até dia 31 de outubro. O objetivo é premiar as duas melhores teses de doutorado e as duas melhores dissertações de mestrado que promovam uma reflexão sobre o desenvolvimento da cidade do Rio e da Região Metropolitana. Valem trabalhos que abordem aspectos sociais, urbanos, econômicos, políticos, culturais, ambientais, históricos e de patrimônio histórico do município. O anúncio dos vencedores acontecerá em dezembro e também será concedida menção honrosa ao melhor trabalho que aborde o tema do Bicentenário.
O edital do concurso, publicado no Diário Oficial do município, está disponível para consulta na página https://mauricioabreu-ipp-pcrj.hub.arcgis.com/. É necessário que os trabalhos tenham sido realizados em programas de pós-graduação stricto sensu, reconhecidos pela CAPES, sediados em qualquer local do território brasileiro. Só poderão ser apresentados trabalhos em português, defendidos no período de 1º de janeiro de 2019 a 31 de julho de 2022. Serão aceitos trabalhos de diferentes áreas disciplinares e cada participante poderá apresentar somente um trabalho. O primeiro lugar para tese de doutorado receberá R$18 mil e o segundo lugar, R$12 mil. Já o primeiro lugar da dissertação de mestrado receberá R$10 mil e o segundo lugar, R$6 mil.
_ É importante realizarmos uma reflexão sobre a cidade do Rio de Janeiro, suas potencialidades, virtudes, problemas e desigualdades. Isso enriquece o debate sobre a cidade e melhora a qualidade das políticas públicas implementadas. O interesse público é o que nos move nesse concurso, mostrando a integridade do nosso trabalho. Já organizamos duas edições do prêmio e convidamos a todos a participarem. É uma maneira também de dar publicidade aos trabalhos acadêmicos produzidos durante a pandemia, um período muito problemático para todos. Tenho certeza de que é bastante oportuno tanto para a produção acadêmica como para o interesse público, ao absorver ideias novas trazidas pelos pesquisadores _ ressalta o presidente do Instituto Pereira Passos, Carlos Krykhtine.
Em sua 1ª edição, em 2011, o grande vencedor do prêmio foi o trabalho de antropologia cultural de Mylene Mizrahi, que abordava “A Estética Funk Carioca: criação e conectividade em Mr. Catra”. Já em 2017, na 2ª edição, o prêmio principal foi dado a um trabalho do geógrafo Igor Martins Robaina, chamado “População em situação de rua, espacialidades e vida cotidiana”. Sua tese, posteriormente, se transformou em um livro homônimo.
Maurício de Almeida Abreu, que dá nome ao prêmio, foi um geógrafo carioca de grande contribuição para o desenvolvimento da geografia histórica e urbana no Brasil. Professor titular do programa de graduação e pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tinha no Rio de Janeiro seu objeto de investigação. Sua obra mais conhecida é “Evolução Urbana do Rio de Janeiro”, livro lançado nos anos 1980 e no qual retrata, de maneira detalhada, os processos de transformação pelos quais passou a cidade. Campeão de vendas e esgotado nas livrarias, o livro está sendo reeditado pela livraria do Instituto Pereira Passos. A nova edição, também parte das comemorações do Bicentenário, deverá ser lançada até o final do ano.