Consulta pública feita pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano do Rio, com mais de 5 mil pessoas, mostrou que mais da metade delas moraria na 2ª Região Administrativa, que reúne o Centro da cidade e bairros do entorno, se tivesse oportunidade. A enquete feita pela internet, através do portal Reviver Centro, faz parte do processo de elaboração do Plano Urbano Reviver Centro, de revitalização do Centro do Rio. Atingida pela crise econômica e pela pandemia, a região atraiu 52,06% dos entrevistados, que responderam sim à pergunta sobre o interesse em morar na área central.
A enquete recebeu a adesão de 5.056 pessoas, a maioria na faixa etária dos 30 aos 49 anos (2.448 pessoas). Outros 1.140 participantes tinham entre 18 e 29 anos. Na faixa dos 50 aos 59 aos, 844 pessoas atenderam à pesquisa. Outras 607 pessoas tinham 60 anos ou mais.
Daqueles que responderam que morariam na 2ª RA, a grande maioria informou que viveria no bairro do Centro propriamente dito: 1.994 pessoas clicaram nesta opção. A Lapa ficou em segundo lugar, com 1.340 pessoas. A Gamboa aparece em terceiro, com 659 participantes. A Saúde em quarto lugar, com 510 intenções. E o Santo Cristo fecha a lista com 378 votos.
Quando questionados sobre o que seria necessário melhorar na área do Centro, os participantes da pesquisa disseram que a segurança era a maior preocupação. Um percentual de 19,17% dos participantes apontou o tema como prioridade para investimentos. O transporte público aparece em segundo, com 13,14% dos votos. Saúde e Educação surgem em terceiro, com 12,79% das intenções. Acessibilidade (12,63%), Esporte e Lazer (10,77%), Comércio (9,41%), Meio Ambiente (9,1%) , Cultura (8,82%) e outros serviços ( 4,19%) fecham a lista.
A segurança também aparece em outro recorte da pesquisa: 51,36% informaram que não se sentem seguros circulando a pé na área. A esmagadora maioria dos entrevistados (77,63%) informou que não utilizaria carro próprio se vivesse no Centro. Um percentual de 29,35% dos participantes disse que usaria a bicicleta como meio de transporte preferido. Outros 55,62% informaram que usariam bicicleta se houvesse investimento em ciclovias.
O portal Reviver Centro foi criado para informar a população sobre o andamento do plano urbano e como ferramenta de pesquisa e análise do que os moradores do Rio pensam a respeito do projeto. Uma segunda fase da consulta pública já está no ar. Para participar, basta acessar o endereço do portal.
O plano urbano Reviver Centro visa a estimular a recuperação social, econômica e urbanística do Centro do Rio, atraindo para a área novos moradores e estabelecendo diretrizes para a renovação, qualificação e manutenção do espaço público e os bens históricos de uma região de 5,72 quilômetros quadrados da cidade. Trata-se de um conjunto de decretos e um projeto de lei à Câmara dos Vereadores, que inclui uma série de incentivos fiscais e edifícios e permissões de novos usos para fomentar a construção de novas moradias e o retrofit de prédios comerciais, convertendo-os em edifícios de uso residencial ou misto.
O projeto também prevê a concessão de benefícios a empreendedores que abracem o programa de locação social que a Prefeitura irá lançar, com público-alvo de estudantes universitários, cotistas e servidores públicos. O Reviver Centro terá ainda um cuidado especial com o patrimônio histórico, incorporando no corpo do projeto o edital Pró Apac, que oferecia benefícios aos donos de imóveis históricos interessados em sua recuperação. O objetivo é estabelecer um plano urbano robusto e integrado que provoque adensamento populacional, incentive a renovação do espaço público e reverta o esvaziamento econômico e social da 2ª Região Administrativa, o Centro Comercial e Histórico da cidade, impactado nos últimos anos pela crise econômica e, em especial, pela pandemia da Covid 19.
O Reviver Centro quer fortalecer a condição do Centro do Rio como um dos principais centros urbanos do país e do mundo, apresentando soluções para o esvaziamento da região, que ajuda a gerar o aumento da insegurança e a falta de ordenamento urbano. O olhar cuidadoso com a situação de numerosos imóveis vazios e/ou subutilizados na região visa ainda solucionar a realidade da insalubridade e dos riscos à saúde pública. Buscar alternativas para a pouca oferta de imóveis habitacionais da área, fazendo com que o uso residencial da região possa se transformar numa diretriz de sua requalificação urbana, tem como horizonte trazer melhorias na qualidade de vida e na sustentabilidade ambiental e socioeconômica do Centro.